domingo, 2 de outubro de 2011

A primeira vez de tantas outras

A paixão de fazer o que gostamos é isso mesmo;paixão.
Não há ano em que as pernas não tremam,em que o coração não bata mais forte e de repente pare...
As promessas são forçadas e o empenho mais que certo...Não há ano como o este primeiro...só porque é o ultimo da formação que escolhi ter.
Só porque sei a que geração pertenço,mas não quero que o rasca passe a burrice.
E é então nesta véspera em que os nervos começam a apertar que parti-lho este pequeno texto...porque o meu outro é o que faço.As expectativas,os medos,os sonhos e o amor que dedico é por mim...e não há amor maior que esse.

“Posso não saber nada do coração das gentes, mas tenho a impressão, de que, de tudo, o pior é quando entra a segunda parte da letra de “Atrás da porta”, ali no quando “dei pra maldizer o nosso lar pra sujar teu nome, te humilhar”. Chico Buarque é ótimo pra essas coisas. Billie Holiday é ótimo pra essas coisas. E Drummond quando ensina que “o amor, caro colega, esse não consola nunca de núncaras”. Aí você saca que toda música, toda letra, todo poema, todo filme, toda peça, todo papo, todo romance, tudo e todos o tempo todo, antes, agora e depois, falam disso. Que o que você sente é único & indivisível e é exatamente igual à dor coletiva, da Rocinha a Biarritz. O coro de anjos de Antunes Filho levanta no ar, em triunfo, os corpos mortos de Romeu e Julieta enquanto os Beatles pedem um Litlle help from my friends, e a platéia ainda aplaude e pede bis (o Gonzaguinha também é ótimo pra essas coisas). Meus amigos, abandonados para que eu pudesse mergulhar, voltaram a mil. Tem seus prazeres o fim do amor. Se é patologia, invenção cristã-judaico-ocidental-capitalista, ou maya, ego, se é babaquice, piração, se mudou-através-dos-tempos, puro sexo, carência, medo da morte: não interessa. Tenho certeza que estive lá, naquele terreno. Ele existe.”
- Caio Fernando Abreu.

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